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Santuário de Fátima
25-08-2015

O acontecimento fundante

1. Os Santuários são o prolongamento, no tempo, de um “acontecimento fundante”, uma manifestação sobrenatural, cuja autenticidade seja reconhecida pela Igreja, que assim a situa no conjunto do desígnio salvífico de Deus. É esta manifestação sobrenatural que atrai os peregrinos e define a especificidade da missão de um Santuário, no contexto da missão salvífica da Igreja.

Em Fátima, o acontecimento sobrenatural que dá origem ao Santuário, é constituído pelas aparições de Nossa Senhora a três crianças, Lúcia de Jesus Santos e seus primos, Francisco Marto e Jacinta Marto, entre 13 de Maio e 13 de Outubro de 1917. A credibilidade eclesial das aparições de Fátima foi declarada pelo Bispo de Leiria, em Carta Pastoral de 13 de Outubro de 1930: “Havemos por bem declarar, como dignas de crédito, as visões das crianças na Cova da Iria, freguesia de Fátima, desta diocese, nos dias 13 de Maio a Outubro de 1917 e permitir oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima”. Esta declaração do Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, culmina um longo processo canónico, praticamente iniciado logo a seguir às aparições, ainda sobre a autoridade do Patriarca de Lisboa, Diocese a que pertencia Fátima ao tempo das aparições – a Diocese de Leiria é restaurada a 17 de Janeiro de 1918 e o seu primeiro Bispo toma posse a 15 de Maio de 1920 – encarregando o Pároco de Fátima e os Vigários de Ourém e Porto de Mós, de fazerem inquéritos sobre os acontecimentos. Iniciava-se, assim, um longo processo canónico, que termina com o relatório do Cón. Dr. Manuel Formigão, de 13 de Abril de 1930, base para a declaração do Bispo de Leiria.

 

2. Uma vez declarada a credibilidade eclesial das aparições, tornam-se oficiais os elementos que vão inspirar o desenvolvimento do Santuário de Fátima, que já era uma realidade significativa à data dessa declaração, e definir a sua missão:

- A mensagem salvífica comunicada por Nossa Senhora aos Pastorinhos, a “Mensagem de Fátima” , inspirará sempre a fisionomia pastoral do Santuário;

- O desejo de Nossa Senhora de que se construísse uma Capela no lugar das aparições;

- A grande afluência de peregrinos, que se inicia ainda durante as aparições;

- A divulgação da “Mensagem”, a partir de Fátima, para o resto do mundo. A construção de uma “Capela”

 

3. Nossa Senhora diz aos Pastorinhos “que queria que lhe fizessem uma Capela na Cova da Iria”. Vê-se ser intenção de Nossa Senhora que a memória viva da sua mensagem, ficasse ligada a um templo, ponto de convergência dos peregrinos e foco de irradiação dessa mensagem. Esta “Capela” torna-se, assim, a actualização da mensagem de Nossa Senhora. O desejo de Nossa Senhora foi rapidamente cumprido, o que mostra a seriedade da aceitação do conteúdo das aparições. De facto, entre Abril e Junho de 1919 foi construída a primeira “Capelinha”.

O Bispo de Leiria visitou esta primeira “Capelinha” a 14 de Setembro de 1921, tendo aí rezado o terço do Rosário. Nesse mesmo dia autorizou “que se celebrasse missa rezada e sermão, nos dias de grande concorrência popular” o que aconteceu logo no dia 13 de Outubro desse ano. Vê-se, assim, que o Bispo de Leiria, muito antes da declaração formal da credibilidade das aparições, manifestou a sua fé no carácter misterioso das aparições de Fátima.

Esta primeira Capelinha foi alvo de um atentado destruidor, na noite de 6 para 7 de Março de 1922. As aparições de Fátima tiveram sempre inimigos o que, de certo modo, contribui para clarificar o seu carácter sobrenatural. Começou com a violência exercida sobre as três crianças e suas famílias, pelas autoridades republicanas do Concelho de Vila Nova de Ourém, em Agosto de 1917 e tem tido outras expressões, quer em livros que pretendem destruir o carácter sobrenatural de Fátima, quer em tentativas de manipulação do fenómeno de Fátima, ao serviço de desígnios secretos e inconfessados. Isto mostra que a missão do Santuário é também a defesa da autenticidade das aparições de Fátima, contra todos os ataques que lhe são dirigidos.

Apesar das reticências do Bispo de Leiria, que temia novos ataques, a “Capelinha” foi reconstruída entre 13 de Dezembro de 1922 e 13 de Janeiro de 1923. A última remodelação de fundo da “Capelinha das Aparições” obedeceu a uma remodelação geral dos espaços do Santuário, teve início em 1981 e foram inaugurados por João Paulo II, na sua primeira visita ao Santuário de Fátima, a 13 de Maio de 1982, primeiro aniversário do atentado de que foi vítima, na Praça de São Pedro, a 13 de Maio de 1981.

 

Um novo templo.

4. A “Capelinha das Aparições” continua a ser o maior sinal evocativo das aparições. Aí se venera a imagem de Nossa Senhora, para aí peregrinam todos os que rumam a Fátima. Mas a afluência de peregrinos exigia a construção de um templo mais amplo. A bênção da primeira pedra desse novo templo, hoje conhecido por “Basílica”, teve lugar a 13 de Maio de 1928, mas a Igreja só viria a ser sagrada a 7 de Outubro de 1953, pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira. Sua Santidade o Papa Pio XII, pelo Breve “Luce Superna”, de 12 de Novembro de 1954, conferiu-lhe o título de “basílica menor”. Dedicada a Nossa Senhora do Rosário, evoca a maneira como Nossa Senhora se identificou aos “Pastorinhos”: “Eu sou a Senhora do Rosário”. Para ela foram trasladados os restos mortais dos Bem-Aventurados Francisco e Jacinta Marto e recentemente (2006) os da Irmã Lúcia de Jesus.

 

5. A Basílica de Nossa Senhora do Rosário nunca resolveu um problema, que se foi acentuando ao longo dos anos: a necessidade de um espaço coberto para celebrações, para grupos intermédios entre as multidões das “celebrações aniversárias” e outras, e os grupos de todos os dias. Aos sábados e domingos juntam-se em Fátima vários milhares de peregrinos, sem um espaço adaptado para a celebração eucarística. Outros grandes santuários, como o de Lourdes, resolveram já há tempo este problema dos “espaços intermédios”.

Depois de ter sido abandonado o projecto de uma “igreja subterrânea”, talvez inspirada na solução de Lourdes, decidiu-se, por ocasião do 75º Aniversário das Aparições, construir uma Igreja, com 9.000 lugares sentados, dedicada à Santíssima Trindade, que se espera poder inaugurar em 2007, 90º aniversário das aparições. A construção da Igreja da Santíssima Trindade tem sido alvo de contestação e mesmo de tentativas de desvirtuar a sua natureza e finalidade. Mas ela situa-se na linha progressiva de desenvolvimento, no Santuário, das estruturas de acolhimento aos peregrinos. Porque a Santíssima Trindade é o mistério para onde converge toda a revelação das Aparições, uma Igreja que lhe é dedicada é a cúpula de uma estrutura física que tem na adoração a sua última razão de ser.

 

Acolher os peregrinos.

6. Essa é a missão principal do Santuário de Fátima. A afluência de peregrinos é simultânea ao acontecimento das Aparições. Logo que se sabe das Aparições, por indiscrição da Jacinta, um número sempre crescente de pessoas acorrem a Fátima. Em 13 de Outubro, motivadas pelo anúncio de um milagre, que veio a ficar conhecido por “o milagre do sol”, os peregrinos eram já uma multidão.

No “memorandum” do Vigário de Ourém, P. Francisco José Jacinto Ferreira, de 11 de Outubro de 1920, reconhece-se que continuava a ir à Cova da Iria “uma grande romaria de fiéis, no dia 13 de cada mês”. Em 1922, na “provisão” em que o Bispo de Leiria oficializava o “processo canónico” e nomeava uma “comissão de inquérito aos acontecimento de 1917”, o Senhor D. José afirma que “mais ou menos todos os dias, mas especialmente no dia 13 de cada mês, há em Fátima uma grande concorrência de pessoas, vindas de toda a parte, pessoas de todas as categorias sociais, que vão ali orar e agradecer à Senhora do Rosário benefícios que, por seu intermédio, têm recebido”. E o fenómeno nunca parou de crescer, até aos cerca de 5.000.000 anuais de peregrinos, no momento presente. E porque a sua principal função é acolher os peregrinos, o Santuário nunca parou de crescer, de se transformar e adaptar às progressivas exigências do acolhimento. À distância podemos verificar que o desenvolvimento físico e organizativo do Santuário foi uma resposta às principais exigências desse acolhimento.

 

O acolhimento espiritual.

7. A peregrinação é uma expressão da vida espiritual e o principal desafio da “Mensagem” é a conversão, através da oração e da penitência. Compreende-se, assim, que a primeira expressão do crescimento do Santuário visasse o criar condições e ambiente para esta expressão espiritual dos peregrinos. Já referimos que em 1921 o novo Bispo de Leiria autorizou a celebração da Eucaristia na “Capelinha”. Já em 1921 se decide adquirir os terrenos da “Cova da Iria”, para garantir o ambiente de recolhimento. Em 1923 constrói-se uma residência para o Capelão. A capelania permanente, com a nomeação do Capelão, o Rev.do P. Manuel de Sousa, só acontecerá em 13 de Julho de 1927. Passará a haver celebração diária da Eucaristia e o atendimento dos peregrinos que o procurem. A criação desta capelania permanente é o gérmen da futura Reitoria. O primeiro Reitor será nomeado em 1941, na pessoa do Rev.do P. Amílcar Martins Fontes, coincidindo com a criação da jurisdição autónoma da Paróquia de Fátima, concedida ao Santuário, para que a vida sacramental dos peregrinos, incluindo casamentos e baptizados, se tornasse mais simples e acessível.

Esta jurisdição autónoma do Santuário, exercida pelo Reitor, é confirmada e explicitada, em Provisão de 10 de Agosto de 1946. Competia, igualmente, ao Reitor, presidir ao desenvolvimento do Santuário. As sucessivas remodelações do recinto, até à atual, foram sempre orientadas pela preocupação de dignificar o espaço das grandes celebrações.

 

O sacramento da Reconciliação.

8. Lugar de conversão, a pastoral do Santuário sempre cuidou das condições para o acesso fácil e recolhido ao sacramento da Reconciliação. O desenvolvimento das estruturas materiais do Santuário sempre contemplaram, com soluções sucessivas, consideradas as melhores, as “capelas das confissões”. Paralelamente ao espaço físico, foi-se criando um corpo de confessores nas grandes peregrinações. Muitos sacerdotes encontraram nessas longas horas de confessionário, em Fátima, as experiências mais gratificantes do seu ministério sacerdotal.

 

A adoração eucarística.

9. O culto eucarístico, central na vida da Igreja, está ligado, desde o início, à “Mensagem de Fátima”. Já na aparição do Anjo, antes das aparições de Nossa Senhora, a Eucaristia aparece no centro. O Francisco descobriu, na sua alma contemplativa, a adoração eucarística, a que ele chamava “o Jesus escondido”, como modo de pôr em prática a Mensagem de Nossa Senhora. Não admira, pois, que no desenvolvimento do Santuário, paralelamente à criação de estruturas para a celebração eucarística, se cuidasse sempre das condições para a adoração eucarística, ainda hoje um dos pilares da espiritualidade de Fátima.´

Desde a nomeação de um capelão permanente a 13 de Julho de 1927, se autoriza a conservação permanente do Santíssimo Sacramento no local das aparições. A prática da adoração eucarística desenvolveu-se e, a 1 de Janeiro de 1960, foi instituído o Sagrado Lausperene, ou seja, a adoração permanente da Santa Eucaristia. Esta institucionalização, garantida pelas Irmãs da Congregação de Nossa Senhora das Dores, teve consequências no desenvolvimento físico das estruturas do Santuário. Inicialmente instalado na Capela do Albergue de Nossa Senhora do Carmo, transfere-se em 1967 para a Capela do Albergue de Nossa Senhora das Dores e na última reestruturação dos espaços do Santuário é construído um lugar próprio, ao fundo da Colunata Sul.A seguir à “Capelinha”, é certamente o lugar mais procurado pelos peregrinos de Fátima.

 

A centralidade de Jesus Cristo.

10. Na base da espiritualidade de Fátima está uma teologia viva acerca da centralidade de Jesus Cristo no mistério da salvação e do papel de Maria, como medianeira e co-redentora. Fátima integra, espontaneamente, as expressões tradicionais da fé dos portugueses no que a esta centralidade de Jesus Cristo diz respeito: a devoção ao Coração de Jesus e a meditação da Paixão do Senhor, expressa na Via-Sacra. Logo no início do desenvolvimento físico do Santuário, uma estátua do Sagrado Coração de Jesus adquiriu centralidade em relação à “Capelinha” e à futura Basílica do Rosário. Esta estátua manteve-se, resistindo às sucessivas transformações do recinto do Santuário.

Igualmente a meditação da Paixão do Senhor, através da Via-Sacra. Em 1927 é inaugurada, pelo Bispo de Leiria, uma Via-Sacra na estrada entre o Reguengo do Fetal e a Cova da Iria, últimos quinze quilómetros de um dos percursos dos peregrinos, ligando, assim, a meditação da Paixão do Senhor à própria peregrinação. Uma outra Via-Sacra é colocada nas colunatas da Basílica. E nos Valinhos, um dos lugares de referência da história das aparições, é construída entre 1959 e 1964 uma Via-Sacra, que termina no chamado “Calvário Húngaro”. Este pormenor sugere a relação entre a Paixão de Cristo e a “paixão da Igreja”, expressa no sofrimento real de Igrejas concretas. Um outro sinal desta centralidade da Paixão de Cristo foi a “Cruz Alta”, que se erguia no extremo sul do recinto do Santuário, construída em 1951, e que colocava a Cruz a presidir a tudo o que acontecia no Santuário. Foi retirada apenas porque nesse lugar está a ser construída a nova Basílica.

 

Estruturas de acolhimento pastoral.

11. Fátima tornou-se, rapidamente, lugar procurado por pessoas e grupos, para tempos mais prolongados de meditação e oração, e mesmo de evangelização, através da cultura. As estruturas ao serviço desta actividade foram, desde muito cedo, das mais importantes do Santuário: o albergue e as casas de Nossa Senhora das Dores e o de Nossa Senhora do Carmo, abraçando a Capelinha das Aparições de ambos os lados, foram várias vezes remodelados, adaptando-se às novas exigências do Santuário. São, atualmente, designados por “Casa de Retiros” e a sua fisionomia actual foi iniciada, por ocasião do 75º Aniversário das Aparições (1992). O Centro Pastoral Paulo VI, inaugurado por Sua Santidade João Paulo II, a 13 de Maio de 1982, é outra grande estrutura de acolhimento, mais vocacionada para Congressos, Semanas de Estudo ou Jornadas de grandes grupos.

 

O acolhimento aos doentes.

12. Sendo a principal função do Santuário o acolhimento aos peregrinos, sempre se cuidou, com um carinho particular, do acolhimento aos peregrinos doentes. Já em 1924 se iniciou a construção de um albergue para os doentes e em 1926 é instalado um “posto de verificações médicas”. Mas logo em 1927 se pensa na construção de dois “Hospitais-Sanatórios”.

O Hospital do Santuário foi-se apetrechando para oferecer aos peregrinos doentes os cuidados requeridos pela situação, em estruturas físicas e equipas sanitárias, constituídas por voluntários. Este serviço deu origem à “Associação dos Servitas de Fátima”, e a estrutura de acolhimento aos peregrinos doentes, sobretudo nas grandes peregrinações, é hoje um serviço de grande qualidade.

A própria tradição da “bênção dos doentes”, que ocupa um lugar próprio nas grandes peregrinações, é desse acolhimento uma expressão, tantas vezes comovente.

 

Outros “lugares santos” de Fátima.

13. À medida que se foi conhecendo a história de Fátima, foram surgindo outros lugares complementares do sítio da Cova da Iria, que, de algum modo, alargaram o espaço sagrado do Santuário, por se terem tornado locais de verdadeira peregrinação, ligados à mensagem, e não apenas locais de visita turística: Valinhos (local da primeira e terceira aparição do Anjo), onde foi inaugurado, a 12 de Agosto de 1958, outro monumento ao Anjo de Portugal; a já referida Via-Sacra, iniciada em 1959 e concluída a 12 de Maio de 1964, com a inauguração do chamado Calvário Húngaro; o Poço do quintal da Casa de Lúcia (lugar da segunda aparição do Anjo), onde foi colocado um grupo escultórico; as Casas da Lúcia, doada pela vidente e recuperada pelo Santuário; a Casa do Francisco e Jacinta, adquirida e recuperada pelo Santuário; a Igreja Paroquial e o Cemitério Paroquial de Fátima que se tornaram lugares de visita, sobretudo pela referência aos videntes, todos baptizados na Igreja e dois deles temporariamente sepultados no Cemitério, o Francisco desde 1919 a 1952, e a Jacinta, desde 1935 a 1951.

 

Os dinheiros de Fátima.

14. O Santuário vive das ofertas dos peregrinos, doacções a Nossa Senhora, carregadas de fé e de esperança, quase sempre expressão de súplica ou acção de graças. É responsabilidade sagrada do Santuário administrá-los, de acordo com a sua origem e natureza. Já em 1920, o Vigário de Ourém, em “memorandum” ao recém-nomeado Bispo de Leiria, afi rmava que continuava a afl uir à Cova da Iria uma grande romaria de fi éis, no dia 13 de cada mês, e que as esmolas aí oferecidas já ascendiam a 1.500 escudos, além de objectos em ouro e prata, e que se afigurava necessário nomear uma comissão para administrar as esmolas, já recebidas e a receber, pedindo ao Bispo orientações precisas sobre o destino a dar a essas esmolas. O Bispo não perdeu tempo e em 1921 deu instrução para, com essas esmolas, se adquirirem os terrenos onde se tinham dado as aparições e onde se estruturou, depois, o Santuário e o seu recinto. Esta decisão do Bispo de Leiria é paradigmática: os “dinheiros de Nossa Senhora”, devem destinar-se, antes de mais, ao desenvolvimento do Santuário, à sua missão pastoral de acolhimento aos peregrinos. Na medida do possível, deve contribuir para a missão das Igrejas de Portugal e mesmo de Igrejas pobres de outros países. As contas do Santuário são hoje públicas, e as regras da administração estão fixadas nestes Estatutos do Santuário de Fátima.

 

Fátima e a Santa Sé

15. Um dos sinais da credibilidade das Aparições de Fátima é a exactidão da visão de Igreja que delas transparece. Referências, carregadas de amor, ao Santo Padre são explícitas nos diálogos dos Pastorinhos. A união ao Papa, Pastor Supremo da Igreja, sinal e garantia da sua unidade, é a mais forte expressão da catolicidade e universalidade de Fátima. A Santa Sé, cujas intervenções conhecidas, a respeito de Fátima, tinham sido, até aí, discretas, embora significativas, começou a dar sinais de mais atenção e apreço.

O Papa Pio XII, ordenado Bispo no dia da primeira aparição de Fátima, deu uma primeira resposta aos pedidos da vidente Lúcia, do episcopado português e de outras pessoas, fazendo a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, no dia 31 de Outubro de 1942 e a 8 de Dezembro do mesmo ano, em Roma.

A 3 de Janeiro de 1944, a Irmã Lúcia redigiu a terceira parte do segredo da aparição de 13 de Julho de 1917. O mesmo Papa Pio XII enviou um legado à coroação da Imagem de Nossa Senhora de Fátima (13 de Maio de 1946) e outro ao encerramento oficial do ano santo (13 de Outubro de 1951) e fez uma nova consagração com uma referência mais explícita à Rússia, a 7 de Julho de 1952. João XXIII, que visitara o Santuário de Fátima como Patriarca de Veneza, a 13 de Maio de 1956, dois anos antes de ser eleito papa declarou Nossa Senhora de Fátima padroeira da Diocese de Leiria (13 de Dezembro de 1962).

Paulo VI, que se referiu ao Santuário de Fátima no encerramento da terceira sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II (21 de Novembro de 1964), concedeu a rosa de ouro ao Santuário (13 de Maio de 1965) e visitou-o, por ocasião do cinquentenário da primeira aparição de Nossa Senhora, “para honrar Maria Santíssima e para invocar a sua intercessão a favor da paz, na Igreja e no mundo” (13 de Maio de 1967). O Cardeal Albino Luciani, Patriarca de Veneza, que viria a ser eleito Papa com o nome de João Paulo I (28 de Agosto de 1978), visitou Fátima e a Irmã Lúcia, um ano antes (10 e 11 de Julho de 1977), manifestando-se muito impressionado com as declarações da vidente. João Paulo II, que sobreviveu ao atentado sofrido em Roma, no dia 13 de Maio de 1981, visitou, por três vezes, o Santuário de Fátima: no primeiro e décimo aniversário desse atentado (13 de Maio de 1982 e 13 de Maio de 1991) e no dia 13 de Maio do ano do Jubileu de 2000, para beatificar os Pastorinhos Francisco e Jacinta Marto e permitir que fosse revelada a terceira parte do segredo de Fátima, dada a conhecer na íntegra no dia 26 de Junho do mesmo ano. Entre a primeira e a segunda peregrinação, pediu que fosse levada a Roma a Imagem de Nossa Senhora de Fátima, diante da qual, na Praça de São Pedro, renovou a consagração do Mundo e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, segundo as indicações comunicadas pela Irmã Lúcia nas “Memórias” e seguramente por outros meios (25 de Março de 1984), e juntou o título de Fátima à designação da Diocese de Leiria (13 de Maio de 1984).

Este acto do Papa foi misteriosamente seguido de uma série de acontecimentos, relacionados por muitas pessoas com as revelações de Fátima: as mudanças políticas e religiosas começaram a verificar-se nos vários países do Leste Europeu, a partir dos meados da década de 1980, principalmente a queda do regime comunista e ateu, na própria União Soviética. Um facto significativo, absolutamente imprevisível até 1989, foi a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima, vulgarmente chamada “Imagem Peregrina”, ao próprio Leste Europeu, incluindo a Rússia Europeia, a Sibéria e o Cazaquistão (Outubro de 1996 a Maio de 1997), em que esteve no próprio centro da Praça vermelha de Moscovo (7 de Dezembro de 1996), junto dos símbolos mais gritantes do regime que fora instaurado precisamente no momento em que terminava a série das aparições em Fátima, em 1917.

Todos estes factos têm contribuído para o incremento do culto e da mensagem de Nossa Senhora de Fátima por todo o mundo, sobretudo a partir da primeira viagem da “Virgem Peregrina” (1947), através da fundação de Igrejas, Santuários, associações de fiéis, Congregações Religiosas e outras instituições, ao mesmo tempo que afluem a Fátima multidões de peregrinos de Portugal e do estrangeiro.

Conclusão

16. A já longa história do Santuário de Fátima mostra-nos uma linha contínua de fidelidade à Mensagem de Nossa Senhora, acolhendo os peregrinos e tornando-se foco de irradiação do anúncio da salvação. “Altar do Mundo”, Fátima tornou-se, misteriosamente, uma fonte de esperança para o mundo contemporâneo.

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